Por volta dos 30 anos de idade os indivíduos começam a perder massa muscular e possuem uma forte tendência a aumentar o percentual de gordura. E perda de massa muscular significa perda de força, o que tende a se agravar com o tempo.
O envelhecimento traz consigo inúmeras transformações no corpo do idoso e a diminuição do desempenho físico é uma das mudanças que mais incomodam as pessoas. Isso porque na terceira idade (a partir dos 60 anos), o organismo já não é como antes; os corpos não são mais tão flexíveis e os movimentos não são tão ágeis, o que pode levar à dependência para a realização de atividades consideradas simples.
Com o passar dos anos, articulações perdem mobilidade e elasticidade, as lesões degenerativas como a osteoporose transformam o osso de um estado consistente para esponjoso; o aparelho broncopulmonar sofre alterações, inclusive o pulmão tem seu peso reduzido. Quanto ao sistema cardiovascular, a capacidade do coração diminui, a pressão se eleva e há uma diminuição da circulação sanguínea. Certos indivíduos da terceira idade possuem a reserva funcional tão baixa que atividades cotidianas aparentemente fáceis (banhar-se, vestir-se e alimentar-se sozinho) tornam-se bastante difíceis.
A diminuição da força muscular é o fator mais diretamente relacionado com a independência funcional de idosos. E o sedentarismo, como fator complicador adicional, chega a assustar quando se avalia as consequências que a falta de exercícios pode trazer para a saúde.
Segundo pesquisas, o idoso tem perda de até 5% da capacidade física a cada 10 anos, mas tem a possibilidade de recuperar 10% dessa capacidade através de atividades físicas adequadas.
A atividade física oferece importantes benefícios à população da terceira idade, tais como:
- Bem-estar psicológico e físico;
- Prevenção e diminuição de problemas cardiovasculares e pulmonares;
- Aumento da imunidade;
- Aumento do HDL (colesterol “bom”);
- Diminuição da pressão arterial;
- Redução de gorduras;
- Auxílio no controle da diabetes e da artrite;
- Fortalecimento dos músculos;
- Aumento da massa muscular e óssea.
Pode-se perceber o quão importante é a prática de atividade física, que proporciona uma qualidade de vida muito maior em relação a quem não faz exercícios físicos. o que resulta em melhorias significativas no equilíbrio, na velocidade de andar, no reflexo, na ingestão alimentar, diminuição da depressão e prevenindo a tão temida osteoporose e suas consequências degenerativas.
Já é comprovado que a hipertrofia muscular e a força aumentada, tem um impacto substancial nas atividades da vida diária e na atividade funcional do idoso, uma vez que os protege contra lesões. Evidenciando, uma vez mais, que a prática de exercícios produz efeitos protetores contra a evolução de doenças crônicas degenerativas, aumenta a expectativa de vida e, acima de tudo, melhora o estado de saúde do indivíduo, o que faz do exercício uma importante estratégia de Saúde Pública.
Os problemas musculoesqueléticos preexistentes podem ser um impedimento para o começo de uma atividade, pois mais de 50% dos idosos envolvidos em programas de exercícios desenvolvem lesões que são exacerbações de condições preexistentes. Lembrando ainda, que a osteoartrose afeta 85% de todas as pessoas com 70 anos de idade ou mais. Ou seja, é importante saber se (e quais) as atividades limitam essa população. Por isso, é importantíssimo que a atividade seja orientada por um profissional competente e responsável, que observe e respeite o limite do idoso. Alguns exercícios podem ser adequados ou inadequados, agradáveis ou desagradáveis, benéficos ou prejudiciais. Tudo depende da escolha do método e do profissional que irá aplicá-lo.
Dentre tantas opções de atividades físicas, o ideal é que o idoso escolha uma onde possa executar exercícios que lhe agrade e motive, gerem bem-estar e qualidade de vida, seja ela a musculação, a yoga, o pilates, a caminhada, a natação etc.
A prática regular de atividade física de forma adequada às necessidades e realidade física, psicológica e social do indivíduo na terceira idade, pode significar a diferença entre uma vida autônoma ou não, além de ser uma maneira excelente de preservar a saúde do coração do idoso.